Fora Bolsonaro cresce, mas a pressão popular é fundamental
O deputado federal e líder da bancada do PT, Enio Verri e o dirigente da CUT Brasil, Milton Rezende, o Miltinho, analisaram a conjuntura
Publicado: 10 Fevereiro, 2021 - 12h28 | Última modificação: 10 Fevereiro, 2021 - 13h23
Escrito por: CUT-PR
Jair Bolsonaro já acumula mais de 60 pedidos de impeachment que estão na gaveta da presidência da Câmara Federal. O número de casos e mortes causadas pela pandemia de Covid-19, negligenciada pelo Presidente da República, não para de crescer. São ao menos 15 crimes de responsabilidade fundamentados juridicamente. A insatisfação da população começa a crescer, assim como movimentos de rua pelo impedimento do mandatário da nação. Mas isso tudo é o suficiente para retirá-lo do Palácio do Planalto? Estas e outras questões foram a pauta central do Quarta Sindical desta semana.
O deputado federal e líder da bancada do PT na Câmara Federal, Enio Verri e o dirigente da CUT Brasil, Milton Rezende, o Miltinho, foram os convidados para conversar com o presidente da Central no Paraná, Marcio Kieller e com a jornalista do Brasil de Fato Paraná, Ana Caldas. Eles analisaram a conjuntura, as mobilizações dos movimentos sociais, a movimentação no parlamento e os índices de aprovação do atual ocupante da cadeira da Presidência da República.
O deputado Enio Verri analisa que ainda é preciso um entendimento melhor, de parte da população, para que o sentimento de impeachment cresça no parlamento. A eleição da mesa diretora da Câmara Federal, segundo ele, foi um balde de água fria, mas não significa que o impeachment não acontecerá. “O que determina o comportamento do parlamentar é a rua. Se tivermos muitas manifestações, respeitando os riscos da pandemia, quanto mais pressão social, mais pressionados estarão os deputados. As pesquisas vão mostrar o crescimento do apoio ao impeachment, a elite está vendo que Mourão respeitará seus interesses. Mas só vai ocorrer se a rejeição aumentar. Enquanto tiver 30% de ótimo e bom não existe impeachment e ainda o leva para o 2o turno. A situação dele hoje, caso sobreviva, é uma caminhada para o 2o turno das eleições”, apontou. Ele também avaliou que a eleição, embora tenha fortalecido Bolsonaro, enfraqueceu a direita que foi dividida.
Para Miltinho, é preciso apontar por qual motivo o “Fora Bolsonaro” é importante. A negligência com a pandemia e fatores econômicos são dois dos pontos principais. “O que aconteceu em Manaus, em qualquer lugar, ele seria julgado e preso. Aqui o STF não faz nada. Ele recebeu um governo com reservas financeiras, com milhões de pessoas fora da linha da miséria. Estamos voltando à década de 90 quando o projeto neoliberal desmontou a indústria e o serviço público. Também está na pauta a reforma administrativa que será outro desastre para o estado. Por isso que os professores da CNTE, já estão com agenda marcada de paralisação para o final de março. É uma agenda que desmonta o estado, não salva vidas, salva o capital internacional”, completou.,
Confira estas e outras análises e o calendário de lutas no vídeo abaixo a íntegra do programa e anote na sua agenda: o Quarta Sindical é transmitido, ao vivo, toda quarta-feira às 11h30 em nossos perfis no Facebook e no Youtube.