Impunidade no caso Rachel Genofre gera manifestação em Curitiba nesta quinta-feira (5)
Movimentos feministas do Paraná realizarão ato público na Rodoferroviária de Curitiba às 18h; concentração será às 16h na Praça Rui Barbosa
Publicado: 04 Novembro, 2015 - 11h23
Escrito por: CUT Paraná

Sete anos após ser morta, esquartejada e largada dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba, o caso da menina Rachel Genofre continua sem solução. Após uma série de investigações que se mostraram insuficientes, a família ainda convive com a dor da perda de uma criança e também com a impunidade. Esta situação é o mote para uma mobilização que será organizada pelos movimentos feministas do Paraná nesta quinta-feira (5), às 18h, na Rodoferroviária de Curitiba. Antes, acontecerá uma concentração às 16h na Praça Rui Barbosa seguida de uma caminhada até o local do ato.
Entidades de defesa dos direitos humanos, movimentos sociais e familiares de vítimas da violência contra a mulher já confirmaram presença. Entre eles, a mãe e a tia da jovem Rachel. “Há um sentimento crescente de impunidade no que diz respeito aos crimes contra as mulheres. O caso de Rachel é emblemático e este ato é por ela, mas também por todas as mulheres e meninas que foram mortas, que sofreram algum tipo de violência e ainda precisam conviver com a impunidade”, explica a secretária da mulher da CUT Paraná, Anacélie Azevedo.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, ainda em 2001, revelou que 43% das mulheres brasileiras reconhecem ter sofrido algum tipo de violência. Deste total, 33% relatam terem sido vítimas de violência física, 27% de violência psíquica, 11% de assédio sexual e 11% também teriam sido espancadas.
Outro estudo, publicado pelo Instituto Sangari em 2012, coloca o Paraná como terceiro estado do País com maior número de assassinato de mulheres. Piraquara, município da região metropolitana de Curitiba, é o segundo no ranking nacional de assassinato de mulheres. “Enquanto isso não estamos vendo nenhuma política pública efetiva para combater a violência, seja de forma preventiva ou de maneira a investigar e punir os criminosos”, completa Anacélie. De acordo com ela, o Paraná vivencia uma ausência absoluta do Estado nestas questões.
“Faltam delegacias para o atendimento especializado, nas escolas o tema não é tratado da forma como deveria e quando o recurso é disponibilizado, como no caso de duas unidades móveis entregues pelo Governo Federal em março de 2014 para o Governo do Paraná, elas ainda ficam paradas sem uso. Isso enquanto centenas de mulheres precisam deste atendimento”, relata Anacélie.
De acordo com ela, a CUT e outros movimentos sociais já denunciaram a situação ao Governo do Estado, ao Ministério Público e a outros órgãos, como o Conselho Estadual da Mulher. Todavia, até o momento, a situação continua inalterada.
Serviço: Ato público pelo fim da violência contra as mulheres e meninas
Data: Quinta-feira, 05 de novembro de 2015
Horário: Concentração às 16h e ato às 18h
Local: Concentração na Praça Rui Barbosa e ato Rodoferroviária de Curitiba, Av. Presidente Affonso Camargo, 330.