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Movimentos populares fazem ato de repúdio ao Golpe de 64 e contra a anistia

Manifestantes também entoaram palavras de ordem pedindo o fim do massacre do povo palestino

Publicado: 25 Março, 2024 - 09h24 | Última modificação: 25 Março, 2024 - 09h32

Escrito por: Ana Carolina Caldas e Lucas Botelho / BdF

Gibran Mendes / CUT Paraná
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Em todo o Brasil, neste sábado, 23, movimentos populares realizaram atos em defesa da democracia, repudiando o Golpe Militar de 64 no Brasil, contra a anistia aos envolvidos em articulações golpistas, como as que levaram ao ataque do dia 8 de janeiro de 2023 e protestaram pelo cessar fogo e fim do genocídio do povo palestino. Em Curitiba, os manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade e depois seguiram em passeata até a Boca Maldita.

As manifestações acontecem uma semana antes da data que marca os 60 anos do Golpe Militar que impôs ao Brasil uma ditadura de mais de 20 anos, perseguindo e assassinando pessoas. Muitos movimentos populares vêm repudiando a fala do presidente Lula que pediu que o golpe militar fosse esquecido e orientou, pela primeira vez, entre suas gestões à frente da Presidência do Brasil, que não sejam realizados atos institucionais alusivos ao Golpe Militar de 64.

60 anos do Golpe Militar: para que nunca mais aconteça

Gritos de “Ditadura Nunca Mais” e falas pedindo que a data não seja esquecida marcaram o ato de hoje em Curitiba. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), Márcio Kieller, o ato é um movimento de resistência diante de ataques contra a democracia no passado e no presente. “Temos sim que lembrar cotidianamente para que nunca mais aconteça este tipo de agressão à sociedade. É um ato de resistência sobre várias pautas, entre elas, a memória dos 60 anos do Golpe Militar. Importante destacar que foi um golpe também do empresariado que naquela época fez muita gente sofrer”, disse.

Sem anistia para golpistas

 Além da memória sobre as conseqüências do Golpe Militar, os manifestantes também entoaram palavras de ordem pedindo punição aos envolvidos nos ataques à democracia, no dia 08 de janeiro de 2023, uma semana depois da posse do presidente Lula. “Não queremos anistia para golpistas, temos uma lembrança já dolorosa deste período de massacre em 64. Após o golpe militar tivemos avanços, a partir da resistência da população brasileira, superamos e nos organizamos. Estamos hoje na rua fazendo essa memória de um período que não queremos mais e também para dizer que somos contra anistia para qualquer tipo de golpe,” disse Luiz Carlos dos Santos, secretário de Promoção de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP Sindicato.

Em 25 de fevereiro, em um ato na Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu anistia aos golpistas, fazendo publicamente uma confissão da tentativa do golpe. Investigações da Polícia Federal vem mostrando que a trama golpista para impedir a aposse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveu diretamente Bolsonaro, que teria participado de discussões sobre a elaboração e conteúdo de uma minuta golpista.

Juventude em defesa da democracia

Representando o Levante Popular da Juventude, a estudante de pós graduação Ana Keil, disse que os jovens estão nas ruas em defesa da democracia. “Estamos em todo o Brasil nas ruas por memória, verdade e justiça àqueles que foram perseguidos e assassinados durante a Ditadura Militar e também para exigir lutar por democracia porque no dia 08 de janeiro do ano passado, golpistas entraram no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto para tentar dar um golpe que foi fracassado,” disse.

Palestina Livre

O ato também trouxe falas e cartazes pedindo o fim do massacre do povo palestino. Com esse ato também nos solidarizamos ao povo palestino e pedimos o cessar fogo e a morte de crianças, idosos, mulheres. “Palestina livre, já”, disse Luiz Carlos.

A mobilização, que aconteceu em mais de 20 estados brasileiros, foi organizada pelas Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM), pelas centrais sindicais e partidas progressistas.