Multidão protesta em Curitiba (PR) contra a Anistia e a PEC da Blindagem

Contra a Anistia e a PEC da Blindagem, cerca de 15 mil pessoas participaram de uma manifestação na Boca Maldita neste domingo (21), no centro de Curitiba. O ato político começou às 14h, com discursos de parlamentares, representantes de sindicatos e movimentos sociais em cima de um caminhão de som.

Nem mesmo a chuva atrapalhou a mobilização, que se estendeu até as 17h com uma passeata pelas ruas centrais da cidade. A professora Vera Lúcia de Moreira, 60 anos, contou que saiu de casa porque queria fazer parte da história e do movimento nacional. “Este é um ato que está acontecendo em todo o país porque não vamos ficar assistindo de casa, pela televisão ou internet, nos roubarem ou rirem da nossa cara com essa PEC da Bandidagem”, afirmou.

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, destacou o papel que Curitiba exerceu durante a Diretas Já e comparou as manifestações. "Foi aqui, nesta Boca Maldita, que teve início um grande processo pela redemocratização do Brasil. Hoje, Curitiba diz novamente: sim para a democracia, não para os golpistas, não para a blindagem de bandidos travestidos de parlamentares. Curitiba atendeu ao chamado e se somou ao Brasil, resgatando a história de ser palco de manifestações históricas como as diretas e a luta pelo impeachment de Collor", lembrou.

A mobilização nacional teve como pauta principal dizer não às duas propostas colocadas em votação na Câmara Federal: a PEC da Blindagem, que dificulta a responsabilização de parlamentares por crimes, já aprovada e em análise no Senado, e o projeto da Anistia, colocado em regime de urgência e que deve ser votado nos próximos dias.

Durante toda a tarde, no centro da capital paranaense, ecoaram gritos de “sem anistia” e palavras de ordem contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o estudante de Geografia Jesus Lourenço, 22 anos, a participação foi emocionante. “É a primeira vez que participo de um ato em Curitiba. Ver todo mundo junto gritando ‘sem anistia’ é de arrepiar”, disse o jovem, que mora na cidade há dois anos.

Além da capital, outras cidades também realizaram atos, como Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Toledo, Guarapuava e Campo Mourão.