No Paraná, centrais pressionarão parlamentares do estado pela retirada da MP 905
Documento será produzido em parceria com o Dieese
Publicado: 28 Novembro, 2019 - 12h07 | Última modificação: 28 Novembro, 2019 - 12h44
Escrito por: CUT Paraná

Na tarde desta quarta-feira (27), representantes das principais centrais sindicais do Paraná estiveram reunidos na sede da CUT para definir estratégias de luta para os últimos meses do ano. Os dirigentes definiram, em parceria com Dieese, a produção de um documento que explica a importância de barrar a Medida Provisória 905/19, conhecida como MP do Contrato de Trabalho Verde Amarelo. A iniciativa é vista como uma nova Reforma Trabalhista que precariza ainda mais as relações de trabalho.
A MP 905 tem gerado uma série de protestos nos mais diferentes tipos de categoria, pela sua abrangência na retirada de direitos. A redução do FGTS a ser recebido, a liberação de trabalho aos domingos, a retirada de cobrança do INSS das empresas e com o pagamento sendo repassado para o trabalhador desempregado, são alguns dos pontos que estão sendo levantados. Além disso, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), pediu informações sobre a medida que é considera inconstitucional por diversos juristas.
“Vamos produzir este documento em parceria com o Dieese e entregar para os deputados federais e senadores do Paraná. Barrar a MP 905 é uma obrigação de qualquer pessoa que defenda o bem estar-social no Brasil e a própria economia brasileira. Já ficou comprovado que para a economia melhorar é preciso estimular o poder de compra da classe trabalhadora”, apontou o presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller.
Durante a reunião em que estiveram presentes membros da CTB, Intersindical CCT, CSP Conlutas, UGT, Força Sindical, Dieese, além da própria CUT, foi reafirmada a luta permanente pela valorização do piso salarial regional. “Em que pese, no plano nacional, o governo de Jair Bolsonaro tenha reduzido o valor do salário mínimo, não vamos baixar a guarda e seguiremos lutando pela valorização em nosso Estado que mantém uma tradição neste ponto, muito, pela luta das centrais que seguem insistindo neste ponto ano após ano”, afirmou Kieller.
As centrais também estabeleceram o apoio à greve dos servidores públicos no Paraná. Eles lutam contra novos projetos que retiram direitos, inclusive, uma reforma do sistema previdenciário da categoria. As centrais devem pedir para que o governador Ratinho Júnior segure o projeto, ao menos, até ampliar a discussão estadual e que se encerre a tramitação da reforma nacional.
Os representantes das centrais também confirmaram presença no lançamento da Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional. A coalização, que terá representação em todos os estados, terá a sua apresentação no Paraná nesta segunda-feira (2), às 19h, na Assembleia Legislativa do Paraná. Por último, ficou definida uma reunião mensal dos representantes das centrais a partir de agora. “Vamos aproximar ainda mais as centrais sindicais no Paraná com o objetivo de lutar e resistir contra a onda de retirada de direitos que ocorre nos planos nacional, estadual e municipal. Este é o momento de unidade e precisamos, mais do que resistir, avançar”, finalizou.