O que esperar do Brasil após as eleições
Quarta Sindical debateu o tema com professores da Universidade Federal do Paraná; confira
Publicado: 02 Dezembro, 2020 - 12h35 | Última modificação: 02 Dezembro, 2020 - 13h31
Escrito por: CUT-PR
O Quarta Sindical desta semana recebeu os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o sociólogo Ricardo Oliveira e o cientista político Emerson Cervi para uma análise dos resultados das eleições de 2020.
Para Oliveira, a leitura dos resultados permite uma flexibilidade ao gosto do freguês, podendo ser lido como “um copo meio cheio ou meio vazio”. Segundo ele, algumas questões se mantém estáveis. “O centrão, uma constelação de partidos de centro direita, continua com a maior parte das prefeituras. Mesmo padrão das últimas eleições municipais, sem grandes mudanças”, comentou.
Segundo ele, o PT já teve melhores momentos, mas inicia uma renovação geracional e continua com um perfil de partido nacional e continuará com um papel de destaque. “Mesmo nas eleições passada, desde praticamente a década de 80 e 90 que o centrão ele tem a hegemonia nas prefeituras, vereadoras, parlamentares mas não consegue organizar candidaturas presidenciais. PT continua como partido organizado, estruturado e agora com renovação e apresenta as mesmas condições anteriores das campanhas presidenciais”, completou.
Na perspectiva para 2020, o cientista político Emerson Cervi, criticou a insistência na formação de uma frente ampla sem uma reflexão profunda. “Partido político existe para participação de eleição e lançar candidato. Essa ideia de grande coalização de saída e com único candidato é uma visão que não tem sentido político, enfraquece os partidos políticos e não tem sentido eleitoral. Isso porque não tem garantia que o resultado vai ser o esperado com uma frente ampla. O Brasil tem eleição em dois turnos. Não é a frente ampla que combate a extrema direita, é a política institucionalizada que combate a não institucionalizada e para isso precisamos de partidos fortes”, enfatizou.
Para Cervi, as Fake News continuam existindo como ferramenta de grupos para as eleições. Ele também ressaltou que esta prática não é nova, existindo anteriormente como por exemplo, com panfletos apócrifos. A diferença é a velocidade e a capacidade de disseminação a partir das novas tecnologias. “Em 2018 teve um impacto muito grande, em 2020 foi uma ferramenta utilizada e que continuará sendo utilizada. Mas o eleitor vai aprendendo e ficando menos suscetível. É possível que em 2022 não tenha a mesma importância porque o critério para escolha do candidato poderá ser outro”, comentou.
Nesta edição você também confere a análise da importância das famílias políticas nas eleições, o perfil de candidatos, situações de partidos específicos como o Novo e muito mais você confere nesta edição do Quarta Sindical. Confira na íntegra no vídeo abaixo e não esqueça de anotar na sua agenda. Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical será transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR: