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Para conter a pandemia, sindicatos se organizam com outras entidades

Para presidente do Sindicato dos Comerciários de Pato Branco, situação é grave e precisa de ações imediatas

Publicado: 18 Março, 2021 - 12h53 | Última modificação: 19 Março, 2021 - 08h48

Escrito por: CUT-PR

Rodinei Santos / Prefeitura de Pato Branco
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Vista de Pato Branco, na região sudoeste

Pato Branco, na região sudoeste do Paraná, registrou até esta quarta-feira (17), 6.000 casos confirmados de Covid-19. A doença já causou 103 mortes na cidade e o último boletim publicado pela prefeitura da cidade mostra uma taxa de ocupação de 262% nos leitos de UTI e 159% nas enfermarias para adultos. Além disso, há fila de espera para internação hospitalar. Porém, mesmo com este cenário caótico, ações práticas ainda derrapam no negacionismo e na pressão de setores do empresariado local. 

O presidente do Sindicato dos Comerciários de Pato Branco e Região, João Carneiro, explica que sindicatos da região estão se organizando com outras entidades da sociedade civil para pressionar as autoridades por ações mais efetivas. “O que importa neste momento é a defesa da vida, seja ela do trabalhador ou do empresário”, avalia. O último movimento foi uma nota do bispo da região que, imediatamente, recebeu o apoio das entidades que se organizam nos fóruns regionais dos sindicatos e também dos movimentos sociais. 

“O próprio bispo, sabendo desta realidade publicou uma nota que, de pronto, articulamos outras entidades para apoiá-lo. Já teve um padre que morreu recentemente aqui na região, vítima da Covid-19. Dada toda essa conjuntura horrível, o sindicato vem buscando contribuir, participamos de reunião com o executivo municipal, com os companheiros, mesmo via online, com o objetivo de somar forças para garantir ações efetivas em defesa da vida”, completa João Carneiro. 

Segundo ele, uma das medidas solicitadas para administração municipal é um lockdown efetivo. A última tentativa de restrição dos horários do comércio, segundo ele, foram flexibilizadas. “Sabemos da dificuldade do trabalhador, que muitas vezes acaba aceitando a pressão para que trabalhe. Inclusive, alguns que foram em carreata para voltar ao trabalho de forma normal. Nós enviamos ofício solicitando ao Ministério Público e também a defensoria pública do estado que exigisse do município o cumprimento do decreto anterior. Está muito solto, os horários foram flexibilizados. Precisamos levar isso a sério”, reclamou o presidente do Sindicato dos Comerciários. 

Para o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, as iniciativas do Fórum Sindical da região estão de acordo com a prática do sindicalismo cidadão. "As lutas de classe não pode ser orientadas apenas pela questão financeira. É preciso que as entidades sindicais, a exemplo do que acontece em Pato Branco e região, tomem a dianteira também em situações como esta, que não dizem respeito a questão salarial, mas mais importante ainda, dizem respeito à vida e sobrevivência", avaliou.