Paralisação dos trabalhadores dos Correios é um alerta

Uma paralisação de 24 horas com tom de alerta e advertência. Esse foi o tom dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de todo o Brasil nesta terça-feira (29). Em Curitiba, segundo um balanço preliminar do Sintcom-PR, há registro de unidades fechadas com 100% de adesão e outras com adesão parcial. A adesão, segundo a entidade, é grande tanto na capital quanto na região metropolitana e no interior.

“Tanto as agências de atendimento quanto o setor operacional aderiram fortemente ao nosso chamado de paralisação. Carteiros, motoristas, operadores de triagem, a categoria toda está se movimentando para este ato e paralisando as atividades. A maioria das cidades do Estado tem unidades paralisadas”, detalha a secretária-geral do Sintcom-PR, Elisabete Ortiz Barbosa Marques. “É paralisação Nacional por conta da ingerência dos Correios. Má gestão! Em especial aqui no Paraná, um grupo de gestores despreparados que assola e faz sofrer a categoria. Muitos ataques contra os trabalhadores que sofrem, perseguição, assédio, sobrecarrega de trabalho.”, denuncia.

Segundo Elisabete, entre outros problemas, estão a falta de atendimento do plano de saúde, mesmo com desconto nos contracheques. “Foi terceirizado e os trabalhadores estão sem atendimento. A mensalidade é alta e ainda tem coparticipação. Há evidente sucateamento”, completa a dirigente sindical.

Mas a pauta que está sendo preparada vai muito além. Más condições de trabalho, retirada de funções que prejudicam os trabalhadores, assédio moral e sexual, entre outras, fazem parte da lista de problemas que a categoria exige soluções. “Essas são as principais pautas que estão sendo levadas para a paralisação de hoje. É um ato de advertência para a empresa, porque nós temos a nossa campanha salarial, que começa em julho, e nós vamos discutir o acordo coletivo. Então, levando várias propostas e várias reivindicações para a empresa”, completa.

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, reforça o apoio da Central. “Estamos ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios. É uma paralisação mais do que justa e que aponta problemas que precisam ser resolvidos de forma urgente pela gestão. Não há como seguir por este caminho, e o indicativo da categoria é claro”, afirmou. “Há uma avaliação positiva com o número de paralisações em todo o Paraná. Estamos acompanhando a mobilização também aqui em Curitiba, e fica muito clara a adesão da categoria”, completa o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT Paraná, José Lima, o Bocão, que representa a Central no ato.