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PR: Aumentam denúncias de assédio moral contra patrões da indústria da alimentação

Federação denuncia patrões e cobra medidas das autoridades. Está uma barbaridade, diz Ernane Garcia

Publicado: 27 Outubro, 2022 - 12h42 | Última modificação: 27 Outubro, 2022 - 13h41

Escrito por: Gibran Mendes, da CUT-PR | Editado por: Marize Muniz

Reprodução
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Aumentam as denúncias de assédio moral feitas por trabalhadores e trabalhadoras contra as indústrias de alimentação do Paraná que querem obrigar seus empregados a votar no candidato dos patrões, Jair Bolsonaro (PL).  

De acordo com os dirigentes da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação do Paraná (FTIA-PR), que está encaminhando as denúncias para o Ministério Público do Trabalho (MPT), os patrões continuam assediando como se estivessem certos da impunidade.

Na lista que a FTIA-PR encaminhou às autoridades estão desde promessa de recursos financeiros até ameaças de demissões de trabalhadores que postaram sua preferência pelo ex-presidente Lula (PT) nas redes sociais.

“Estamos compilando todos os dados e encaminhando as denúncias ao Ministério Público do Trabalho. Organizamos as centrais em diversas atividades e também tentamos articular ações com as entidades patronais, estas, sem sucesso”, “afirmou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.

É preciso que as punições sejam rigorosas e tenham caráter pedagógico. Não é possível aceitar esse tipo de crime.
- Marcio Kieller

O presidente da FTIA-PR, Ernane Garcia, destaca que há uma série de problemas acontecendo neste sentido. Sobretudo no interior do Paraná. “Tivemos o caso do assédio da cooperativa LAR, na Região Oeste, que ganhou destaque nos meios de comunicação, inclusive escrevendo carta aos trabalhadores e a sociedade em geral. Fez todo o meio de pressão e assédio em favor do seu candidato”, relata Garcia.

Outro caso aconteceu em Umuarama, na região Noreste. A empresa Zaeli, segundo ele, reuniu os trabalhadores as vésperas do processo eleitoral e levou para dentro da empresa candidatos de sua preferência. “Fizeram ameaças e cometeram assédio eleitoral. Distribuíram camisas e, mais recentemente, realizaram uma nova reunião com todo o tipo de pressão possível, desde que iriam fechar a empresa até que o Brasil viraria uma Venezuela caso o candidato da oposição fosse eleito”, conta.

As denúncias chegam acompanhados com relatos impressionantes e também com vídeos, como o caso de reuniões com os patrões com direito a camisa verde amarela e hino nacional antes de iniciarem os crimes. Uma barbaridade.
-  Ernane Garcia

O caso mais recente aconteceu em Cianorte, também na região Noroeste, na Amafil. “Eles demitiram trabalhadores que divulgavam apoio ao candidato da oposição em suas mídias sociais. Foram chamados para conversar e pediram que eles mudassem de opinião. Os que não mudaram foram demitidos. Apresentamos uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho e aguardamos uma decisão que proteja os trabalhadores e também a própria democracia”, cobrou Garcia. Segundo ele, todos os casos que chegam até a federação são imediatamente encaminhados ao MPT. 

Nesta quinta-feira (27) uma nova denúncia foi apresentada pela Federação ao Ministério Público de Londrina. Desta vez contra a Brazilian Pet Foods. “A unidade de Arapongas, também no Paraná, reuniu seus trabalhadores e ofereceu vantagens financeiras para que votem no seu candidato. As denúncias não param de chegar e seguiremos dando encaminhamento a todas elas e cobrando as autoridades responsáveis por celeridade no andamento destes processos”, concluiu.