MENU

Quarta Sindical: Carnaval para quem?

Artistas debatem as proibições e liberações para o Carnaval em 2022

Publicado: 23 Fevereiro, 2022 - 12h26 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2022 - 09h56

Escrito por: CUT-PR

notice

Com o recrudescimento da pandemia de Covid-19 com a chegada da variante ômicron diversas cidades proibiram os carnavais de rua. Os tradicionais blocos carnavalescos, expressões populares da festa, não poderão participar da folia. Em contrapartida, festas fechadas e privadas estão sendo liberadas. Este é o caminho correto?

 

O Quarta Sindical recebeu nesta semana o músico e presidente do bloco Garibaldis e Sacis, Pedro Solak e o compositor e comunicador Cláudio Ribeiro para analisarem este cenário. Além da questão cultural, de entretenimento, a ausência do carnaval para a população de baixa renda também tem impactos econômicos.

 

“Essa festa, mesmo sem que exista de fato neste período, vai movimentar quase R$ 7 bilhões em todo o Brasil. Esse volume financeiro será movimentado neste ano é maior que ano passado, mas ainda 35% menor que em 2020, antes da pandemia. Com o aumento do número de casos, as prefeituras decidiram cancelar as festas. Mas há um segmento que será beneficiado e aí reside a nossa preocupação: bares, restaurantes, por exemplo, vão movimentar quase R$ 3 bilhões, além do segmento de transporte de passageiros e hospedagem. Veja, muito dificilmente esse valor vai chegar para aquele que mais trabalha e menos recebe dessa riqueza toda, que é o pipoqueiro, o vendedor de água, refrigerante e cerveja. É uma economia da elite”, comentou o compositor Cláudio Ribeiro.

 

O músico e presidente do bloco Garibaldis e Sacis, Pedro Solak, também aponta uma discrepância entre diferentes setores da sociedade no tratamento do combate à Covid-19. “Onibus está lotado, o estádio de futebol está lotado. Há um decreto que fala que os locais podem receber até 70% das pessoas que o espaço comporta. Perguntamos: por que na Marechal, na Avenida do Samba, não poderia ser feito o mesmo? Ainda mais sendo em um ambiente ao ar livre. Eu não vejo problema tendo em vista ônibus e estádios lotados. É um ponto chato. As prefeituras jogam a carga nos artistas. Acredito que uma festa bem organizada, com menos pessoas, não teria problema. Não consigo ver diferença entre o público no carnaval e no futebol”, comparou.

 

No programa de hoje você ainda confere outros questionamentos sobre o tratamento dado aos setores populares, a difícil missão de ser artista no Brasil e no Paraná nos atuais e muito mais. Confira o programa na íntegra no vídeo abaixo e não se esqueça de anotar na sua agenda: Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical é transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR e nas páginas parceiras que retransmitem o Quarta Sindical.