Quarta Sindical: Fake News nas eleições
Professores de jornalismo e direito debatem mecanismos de combater a disseminação de informações mentirosas
Publicado: 01 Junho, 2022 - 11h55 | Última modificação: 01 Junho, 2022 - 14h59
Escrito por: CUT-PR
A eleição de 2018 ficará marcada pela farsa jurídica que impediu o candidato favorito à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva, de concorrer ao cargo. Mas também pelo excesso de fake News e seu impacto na votação. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) avaliza uma investigação para elucidar o esquema por trás da máquina de notícias falsas, setores democráticos e progressistas seguem preocupados com os possíveis impactos desta prática nas eleições deste ano.
Para debater esse tema o Quarta Sindical recebeu nesta semana os professores Mário Messagi Jr e Guilherme Gonçalves, de jornalismo e direito eleitoral respectivamente. Eles analisaram o impacto das fake News nas eleições de 2018, formas de contrapor esta prática, a importância da Justiça Eleitoral neste processo e também o papel das mídias sociais para coibir a disseminação de informações mentirosas.
Para o professor Mário Messagi Jr, o que aconteceu em 2018 no Brasil, mas também em outras partes do mundo como o Brexit, com a saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Donald Trump, levaram o debate da Fake News para o parlamento de diversos países. “A fake news não é um erro de informação, é uma mentira deliberada. É muito difícil achar soluções adequadas que não sejam também soluções autoritárias. É difícil achar resposta. Passa muito, para mim, por colocar a veracidade como um valor essencial da sociedade”, apontou.
O advogado especialista em direito eleitoral, Guilherme Gonçalves, destacou três fatores pelos quais ele acredita que esta eleição terá um controle maior da disseminação destas informações mentirosas. “Todas as forças políticas têm noção do potencial do que foi utilizado, já se conhece como funciona o esquema. A segunda é que o eleitor brasileiro está mais prevenido, está mais machucado, por ter acreditado em um messias salvador que provoca recorde de desemprego e carestia. O terceiro é que a Justiça Eleitoral está mais preparada”, comentou. Um exemplo disso, para ele, foi a cassação do mandato do deputado estadual pelo Paraná, Fernando Francischini. “É preciso responsabilizar o que se beneficia disso na disputa política”, completou.
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