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Quarta Sindical: Intolerância religiosa

Arqueóloga Ana Dindara e a missionária Aline Marintelis debateram o tema ao vivo

Publicado: 09 Fevereiro, 2022 - 12h40 | Última modificação: 10 Fevereiro, 2022 - 09h27

Escrito por: CUT-PR

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Intolerância religiosa, esta foi a pauta do Quarta Sindical desta semana que recebeu a arqueóloga Ana Dindara e a missionária Aline Martinells para tratar deste tema tão sensível e importante quanto menosprezado na grande mídia. Somente em 2021 o Brasil registrou uma ampliação de 141% de denúncias relacionadas ao tema. Mas o que é intolerância religiosa e como combatê-la?

 

Aline Martinelis recordou que este não é um fenômeno recente, muito pelo contrário. Há perseguição contra determinados tipos de religião desde o início da história do Brasil. “Primeiro com os povos indígenas e depois com os africanos, inclusive com justificativa teológica. Há um caldo, inclusive, das cruzadas cristãs. Não é algo novo, mas que ganha nova roupagem agora, inclusive com este governo fundamentalista. Ele se vale do seu aspecto mais terrível, intolerante e fundamentalista para justificar sua operação. Um governo religioso no seu aspecto mais depreciado, mais terrível da religião, que essa busca do poder pelo poder. O governo Bolsonaro se vale muito disso”, apontou.

 

A arqueóloga Ana Dindara destacou que há a intolerância religiosa, mas também, o racismo religioso, quando o preconceito é fundamentado pela cor da pele. Ela ainda lembrou o papel social de terreiros na história recente do Brasil. “Precisamos lembrar que lá na década de 90, até mais para trás, eram os terreiros que estavam dentro das periferias. O filme Cidade Deus mostra muito bem isso. Os terreiros também serviam como manutenção social dentro das periferias, dentro das famílias negras, que alimentavam-se de festas nos terreiros com doações de comidas. O que a igreja hoje faz, independentemente qual, começou por meio das religiões de matriz africana. É muito pouco falado, mas no Rio de Janeiro e Salvador, por exemplo, isso é muito evidente. Existem terreiros com 40 anos e que começam a ser depredados e usando a palavra de Deus, isso é uma problemática. Quando compreendemos o candomblé em sua essência ele é a congruência do lado social junto com a religiosidade”, enfatizou

 

No programa de hoje você ainda confere a diferença de racismo e intolerância religiosa, propostas importantes para acabar com estas práticas e a opinião dos participantes sobre a polêmica envolvendo o ato do último sábado em Curitiba. Confira o programa na íntegra no vídeo abaixo e não se esqueça de anotar na sua agenda: Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical é transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR e nas páginas parceiras que retransmitem o Quarta Sindical.