Servidores e servidoras municipais de Curitiba cobram cumprimento de promessas
Categoria também exige abertura de diálogo com a prefeitura
Publicado: 05 Fevereiro, 2025 - 09h36
Escrito por: Riquieli Capitani / SISMUC
Nessa segunda-feira (3), servidores e servidoras municipais, organizados pelo SISMUC, participaram da abertura das sessões legislativas da Câmara Municipal de Curitiba. Com faixas e palavras de ordem, eles cobraram das autoridades presentes — incluindo o prefeito Eduardo Pimentel, o presidente da Câmara, Tico Kuzma, e os 36 vereadores, dos quais 20 assumem o primeiro mandato — o cumprimento dos compromissos firmados durante a campanha eleitoral. A mobilização reforçou a necessidade de valorização do funcionalismo público e de um diálogo direto e transparente entre a administração municipal e a categoria.
“Fazemos a Curitiba de verdade e devemos ser valorizados e valorizadas!”, afirmaram os servidores e as servidoras, que cobraram valorização profissional, salários dignos, melhores condições de trabalho e o cumprimento dos compromissos assumidos durante a campanha eleitoral por Eduardo Pimentel, entre eles: a reestruturação dos planos de carreira; a ampliação do número de vagas nos crescimentos; a revisão do piso salarial; o fim do desconto de 14% para quem recebe abaixo do teto do INSS (8.157,41); e a ampliação do auxílio-alimentação para todos os servidores. Além disso, a contratação de mais servidores, paridade nos conselhos do IPMC e ICS [Confira aqui os compromisso assumidos e o que reivindicamos].
Em seu discurso, Eduardo Pimentel reafirmou seu compromisso com os servidores e com o cumprimento de suas promessas de campanha. “Eu fiz um plano de governo audacioso e vou cumpri-lo nos quatro anos de gestão. Nossos secretários têm compromisso com suas pautas e têm currículo para as pastas que assumem. Tenho um compromisso com o servidor e vou cumprir, assim como tenho um compromisso com o servidor aposentado da Prefeitura”, declarou.
Pimentel também destacou a importância do diálogo e da transparência em sua gestão. “Sou um homem democrático, do diálogo. Vou trabalhar ouvindo a população de Curitiba, com todos os setores da Prefeitura e da sociedade sendo ouvidos. Vocês vão me ver nas ruas, com audiências públicas, quase todos os meus eventos públicos serão ao lado da população”, afirmou.
Michel Deolindo, servidor aposentado da área da saúde, destacou a necessidade de pressão sobre o governo. “Essa gestão só está no cargo pela expressiva votação que teve dos servidores. Mesmo tendo pertencido a uma gestão que fez mal aos servidores, o prefeito reconheceu erros e está disposto a dialogar. Mas diálogo só não basta. É preciso pressão, porque os políticos só fazem as coisas sob pressão. Se não houver pressão dos servidores, as coisas não vão acontecer”, concluiu.
Expectativas dos servidores e servidoras
Débora, professora de educação infantil com mais de 20 anos na rede municipal, inevitavelmente suas expectativas em relação à nova gestão. Integrante do quadro especial da carreira, ela faz parte de um grupo de 319 professores, dos quais 108 passaram para o quadro permanente em 2024. Mesmo após a transição, Débora ainda aguarda o reajuste salarial de 37,73% aprovado em 2022. “Desde o fim da gestão do Gustavo Fruet, que congelou todos os processos de transição, eu fiquei, digamos assim, no quadro especial, parada, estagnada na carreira. Isso impacta muito mais do que questões financeiras; tem uma questão de sentido do trabalho, sabe. Qual é o nosso papel como profissional quando não somos valorizadas?”, questionou.
A professora espera que o atual prefeito se distinga por valorizar o serviço público e paute uma gestão eficiente a partir de um tratamento diferenciado ao servidor, e não por cortes de gastos e terceirizações. “Eu espero que, como o atual prefeito está começando a gestão, ele queira se distinguir por valorizar o serviço público. Que ele queira se distinguir por pautar uma gestão eficiente a partir de um tratamento diferente do servidor público. E que ele não abra mão de negociar, de dialogar, sabe? Que ele olhe de forma mais humana para nós que estamos aí, no dia a dia, né? Porque geralmente identificam eficiência com corte de gastos, corte de pessoal, terceirização, né?”, completou.
Roseli, técnica de enfermagem da UPA, também destacou a necessidade de melhorias na qualidade do serviço público. “A gente vê muitos números, mas não quer números; quer qualidade para o paciente. Uma qualidade de assistência, para que o paciente saia satisfeito do serviço público de saúde. Enquanto servidora, quero chamar os colegas para lutar juntos, porque o Sindicato somos todos nós. A cidade de Curitiba somos todos nós, servidores. Estamos juntos nessa luta”, disse.
Os servidores e as servidoras aposentadas também marcaram presença no ato, para cobrar o fim do confisco de 14% sobre os salários daqueles que ganham menos que o teto do INSS. Com palavras de ordem como “Revogue, revogue, revogue o confisco!”, eles exigiram que o prefeito cumpra a promessa de campanha e acabe com o desconto. “Não podemos aceitar que quem dedicou anos ao serviço público seja penalizado com cortes injustos nos seus salários. É hora de rever essa medida e garantir dignidade para os aposentados”, afirmou um dos participantes.
Michel também ressaltou a importância da mobilização e da pressão dos servidores. “Seja servidores da ativa ou aposentados, é imprescindível que estejam mobilizados e atuando de forma conjunta. Se você pegar uma caixa de fósforos, um palitinho, você quebra facilmente. Mas se pegar dez palitinhos, já vai ter dificuldade”, exemplificou.
Mobilização e pressão como ferramentas de mudança
A mobilização dos servidores municipais reforça a importância da valorização do funcionalismo público e do diálogo constante com a administração municipal. “Estaremos vigilantes e mobilizados para garantir que os compromissos assumidos sejam cumpridos. A luta por valorização, dignidade e melhores condições de trabalho continua, e não abriremos mão de nossos direitos”, afirmou o SISMUC.