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Servidores públicos recepcionam Ratinho Júnior com protesto em Londrina

Governador do Paraná propõe 3% de reajuste para categorias que amarga um percentual de mais de 30% de defesagem salarial

Publicado: 04 Fevereiro, 2022 - 13h27 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2022 - 10h32

Escrito por: Gibran Mendes, da CUT-PR | Editado por: Marize Muniz

Eunice Miyamoto / CUT Paraná
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Em uma agenda pelo interior que mais parece de campanha para reeleição, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), visitou nesta sexta-feira (4) a sede do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) e anunciou o lançamento de obras na região. Em vez de aplausos e uma recepção calorosa, o chefe do executivo estadual encontrou uma manifestação de servidores públicos em luta por reposição salarial e melhores condições de trabalho. Os professores lutam também por melhores condições de trabalho e denunciam a privatização do ensino técnico no Estado.

Leia mais: Ratinho Jr terceiriza cursos técnicos e ameaça empregos de professores do Paraná

O protesto desta sexta foi, principalmente, contra a defasagem salarial que acumula 30% de perdas e acabou com o poder de compra dos servidores.  Só em 2021, a inflação encerrou o ano com a taxa de 10,06%. Mesmo assim, Ratinho Júnior anunciou reajuste de 3% como um grande feito de sua gestão. 

Entre os manifestantes estavam professores e funcionários de escolas da rede pública estadual e também das universidades públicas estaduais, policiais, trabalhadores do próprio IDR e outras categorias que foram fortalecer o ato, como bancários da região.

Eunice MiyamotoEunice Miyamoto
Ato reuniu diversas categorias em Londrina, na região Norte do Paraná

“O governo continua nos devendo e não demonstra em interesse em pagar. Mas também estamos aqui para denunciar a precarização e desmonte na educação pública do Estado", disse a professora e representante do núcleo regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato),  Luciana Sumigawa.

"Ratinho está implantando curso técnico, com professores e monitores contratados por uma instituição privada, que assumirá o ensino técnico. Essa precarização afetará tanto para professores quanto os alunos do ensino público que precisam de qualidade”, completou a professora.

“Notadamente o descontentamento dos servidores públicos com Ratinho Júnior aumenta a cada dia que passa. Há promessas de diálogo franco sem que haja um espaço de negociação com as entidades que os representam e, ao mesmo tempo, mente para a mídia. Uma fórmula explosiva para ampliar ainda mais a rejeição existente na categoria", destacou o secretário de comunicação da CUT Paraná, Vandré Silva, que também é presidente do Núcleo Metronorte da APP-Sindicato, que representa trabalhadores e trabalhadoras de 14 municípios da região metropolitana de Curitiba.

"Ratinho pode ter a certeza que esse foi apenas o começo de um ano marcado por mobilizações contra esse tripé: descaso, promessas vazias e mentiras”, alertou Vandré. 

“Nós, bancárias e bancários da região de Londrina, somamos forças nesta manifestação de fundamental importância. A classe trabalhadora é quem depende do serviço público, do ensino gratuito fornecido pelo Estado. Como nossos filhos e filhas terão educação de qualidade quando há precariedade na contratação de professores? Com salários defesados? Situação ainda mais grave com a privatização do ensino público. Por estas e outras é que precisamos dar um basta em Ratinho Júnior e seu projeto de entrega do patrimônio público, seja ela material ou imaterial, à iniciativa privada”, apontou a secretária da mulher da CUT Paraná e dirigente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, Eunice Miyamoto, que participou do ato.