Sindicalismo precisa entender o que acontece no mundo do trabalho
Clemente Ganz Lúcio e Sandro Silva avaliam as desafios da organização da classe trabalhadora
Publicado: 04 Agosto, 2021 - 12h08 | Última modificação: 04 Agosto, 2021 - 14h26
Escrito por: CUT-PR
O primeiro grande desafio para os quadros do movimento sindical é entender o que acontece no mundo do trabalho. A análise é dos convidados do Quarta Sindical desta semana que tratou sobre sindicalismo a partir do novo livro do professor Clemente Ganz Lúcio. Ele participou desta edição ao lado do economista do Dieese do Paraná, Sandro Silva, onde analisaram a situação do trabalho e das entidades de representação da classe trabalhadora. Ganz Lúcio também falou sobre seu novo livro, chamado Pílulas de Bom Senso, lançado neste mês e que trata deste tema.
“Estamos vivendo um período histórico em que acontece a quarta revolução industrial, o que significa que a humanidade constitui conhecimento aplicada em ferramentas que estão criando um novo paradigma, um novo sistema produtivo está se estruturando. O velho sistema produtivo vai perdendo importância e um novo sistema produtivo começa a ganhar presença no mundo econômico. Esse novo sistema altera profundamente a indústria, o setor do comércio, serviços, agricultura e o trabalho feito pelos servidores públicos. A tecnologia passa a estar presente e mediar todas as relações sociais, todas as atividades econômicas e quase todas as atividades humanas.”, avalia o professor.
Para ele, somente esta mudança já altera profundamente a forma de ação dos sindicatos. “É comum entre os dirigentes sindicais falar da porta de fábrica, do banco, de ir no local do trabalho e fazer essa interlocução com trabalhadores e trabalhadoras. Isso é fundamental no trabalho de base, mas esse novo mundo não tem mais um local definido. Cada trabalhador e trabalhadora é uma unidade dispersa, circulando o tempo todo, sem jornada e forma de presença definida como conhecemos com o assalariamento, quando o trabalhador tem registro em carteira e empregador reconhecido”, completou.
O economista do Dieese do Paraná, Sandro Silva, avalia que as mudanças no movimento sindical devem ser organizadas de forma que ele volte a ser protagonista na formulação de políticas públicas. “Ao longo do tempo houve uma acomodação do movimento sindical por conta do cenário que existia. Isso torna o desafio ainda maior. É preciso fortalecer o trabalho de base, ampliar a base de representação do movimento sindical e ter uma atuação melhor. Desta forma é possível avançar e ajudar no desenvolvimento do País. O movimento sindical é importantíssimo para o desenvolvimento econômico, social e até mesmo para a democracia. É preciso voltar a ser protagonista no País”, projetou.
Confira o Quarta Sindical desta semana na íntegra no vídeo abaixo e saiba os principais desafios do movimento sindical no atual cenário. Não esqueça, toda quarta-feira, às 11h30, temos um compromisso: um novo programa com um tema de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Você confere ao vivo em nosso perfil no Facebook, da CUT Brasil, Brasil de Fato Paraná e perfis e páginas parcerias que retransmitem o programa.